A Manuela foi mais uma paciente cujo desejo passava por emagrecer. Mas, ao contrário da generalidade dos casos que lhe apresentamos e que levamos ao programa Casa Feliz, na SIC, não foi possível realizar cirurgias plásticas para dar resposta a este caso.
Emagrecer sem cirurgias
Aos 55 anos, na menopausa há aproximadamente 5 e depois de 2 gravidezes com barrigas muito grandes — há 28 e 19 anos, em que da última nasceram gémeos —, a Manuela queria muito emagrecer. Mede 1,67m e pesava 77kg, pelo que o seu IMC indicava excesso de peso.
Porém, devido a um acidente de viação que lhe provocou surdez, a Manuela passou a usar implantes auditivos, o que faz com que não se possa submeter a cirurgias plásticas, através das quais costumamos abordar este tipo de casos.
Ao ser avaliada, a Manuela apresentava:
- Grande acumulação compacta de gordura na região dos flancos e na região central do abdómen, com presença de diástase abdominal — afastamento desses músculos, que geralmente acontece durante a gravidez;
- Flacidez da pele, principalmente supra e infraumbilical, e estrias atróficas hipopigmentadas dispersas;
- Acumulação de gordura difusa, especialmente na região interna superior da coxa, na região interna dos joelhos e do tipo banana roll;
- Celulite em várias fases em toda a coxa. Presença de irregularidades cutâneas compatíveis com aderências teciduais e fasciais, micronódulos fibróticos, diminuição substancial da qualidade e densidade da pele, alterações microcirculatórias e presença de edema hiperpolimerizado;
- Sinais e sintomas de insuficiência venosa periférica com presença de derrames e varizes superficiais dispersos por todo o membro inferior, sendo que a Manuela já realizava tratamentos mensais por escleroterapia.
O tratamento estético
Talvez nunca tenha imaginado que ter implantes cocleares (auditivos) pudesse ser um entrave para fazer cirurgias que permitem emagrecer, assim como são uma contraindicação para muitos tratamentos estéticos.
Devido ao íman interno para acoplar o implante externo, tivemos de evitar o uso de aparelhos com campo magnético. Também a flacidez dérmica e a presença de telangiectasias e pequenas varizes superficiais foram determinantes para excluir a endermologia LPG — massagem profunda que utiliza um equipamento específico com o objetivo de eliminar a celulite e a gordura localizada — como uma das opções de tratamento.
Assim, para ajudarmos a Manuela a emagrecer, acompanhámo-la durante 3 meses, através do seguinte plano terapêutico:
- Ondas acústicas (ondas de choque)
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- No abdómen, para aumentar a oxigenação dos tecidos, para aumento de produção do tecido conjuntivo, nomeadamente para estímulo fibroblástico;
- Nas coxas e glúteos, para diminuir a polimerização do edema, melhorar a microcirculação local e a ação fibrinolítica.
- Massagem modeladora
- Com ênfase nas coxas, para ativação de microcirculação e diminuição das aderências teciduais e fasciais.
- Drenagem linfática manual
- Nas coxas, para melhoria da microcirculação venosa e linfática, com enfoque na reabsorção e drenagem da retenção de líquidos.
- Pressoterapia
- Nas coxas, para melhoria microcirculatória e auxílio ao deficiente retorno venoso.
- Mesoterapia e mesoliporredução
- No abdómen e flancos – ação lipolítica;
- Nas coxas – ação lipolítica, fibrinolítica, anticelulítica e drenante.
- Microagulhamento (terapia de indução de colagénio ou microneedling)
- No abdómen, para melhoria da densidade e qualidade da pele e diminuição do comprometimento das estrias.
Caso Clínico Manuela — Antes e Depois
Apesar de não ser possível utilizar os métodos habituais, sabíamos que seria viável ajudar a Manuela a emagrecer — a paciente perdeu 9,5cm abaixo do umbigo, 15cm acima do umbigo e entre 6 a 7cm abaixo de cada glúteo. No fim do processo, temos uma paciente mais magra, com uma autoestima mais elevada e mais saudável!
Portanto, mesmo que haja algo que a impeça de realizar cirurgias plásticas, não se esqueça de que há sempre alternativas para emagrecer. Basta marcar uma consulta de avaliação para que lhas possamos apresentar.